quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Coelho com Feijão Branco, Cominhos e Hortelã

A cozinha Alentejana é rica em "Jantares" que são uma espécie de Cozidos que podem ou não incluir carnes, com legumes variados, ervas aromáticas e sopas de pão no seu caldo. Hoje trago a receita de um Jantar de Coelho com Feijão Branco, aromatizado com Cominhos e Hortelã, fragrante e rico em sabor.




Na verdade, este post de hoje é fruto de uma colaboração transatlântica: a minha mãe cozinhou, o meu pai fotografou e, sorte a dele, o meu marido saboreou este belo coelho na sua mais recente ida a Portugal. É a eles que dedico esta receita!

Por cá, embora já tenha achado um (único!) local onde vendem coelho, não consegui ainda encontrar bons enchidos, pelo que ainda não confeccionei este prato. Fica-me a vontade!



Ingredientes:
1 coelho
1/2  kg de feijão branco
150 g de toucinho
1 morcela de sangue

1 chouriço  preto
4 batatas médias
1 cebola grande
1 ramo de salsa
1 ramo de hortelã
2 a 3 colheres de sopa de cominhos em pó
Folhas de louro
6 dentes de alho
1/2 l de vinho  branco
Pão duro (amanhecido), de preferência alentejano (para quem está no Brasil, o pão italiano, de miolo menos fofo, também serve)
Azeite, vinagre, sal e pimenta qb


Cortar o coelho e deixar em vinha de alhos, de um dia para o outro, com sal, vinho branco,  dentes de alho laminados, louro, cominhos e vinagre. Colocar o feijão a demolhar de véspera. Em alternativa pode usar o feijão previamente cozido (de conserva). No próprio dia, colocar o coelho a cozer com um pouco de azeite (não muito pois o toucinho vai deitar gordura), a cebola picada, a salsa, o toucinho e os enchidos. O feijão e as batatas são cozidos em separado, introduzindo as batatas cortadas em quartos, a meio da cozedura do feijão. Quando carnes e legumes estiverem cozidos, junta-se tudo, garantindo que fica com caldo suficiente para a  sopa. Rectificam-se os temperos, podendo colocar mais cominhos, consoante o gosto.




Migam-se as sopas (fatias) de pão numa terrina (quanto mais finas melhor) e por cima deitam-se as folhas de hortelã. Retiram-se as carnes para uma travessa e o feijão e as batatas para outro prato de servir.

Leva-se o caldo ao lume, para que esteja a ferver quando é colocado sobre as sopas, que devem ser servidas imediatamente. Vai tudo à mesa em simultâneo, pois comem-se as sopas acompanhadas da carne e dos legumes.


Este "Comer" Alentejano é uma delícia e se tiverem uma lebre ou coelho bravo tanto melhor. O sabor da caça com os cominhos e a hortelã fica perfeito.

Espero que gostem!


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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Frango com Cebola e Limão - Uma Receita para a Maria


Maria, uma jovem portuguesa, concretizou o seu sonho de trabalhar para as Nações Unidas, e está há alguns meses como voluntária em Timor. Deixou muito para trás para cumprir este projecto tão sonhado (incluindo o seu querido gato), e vive em condições de campanha. No seu dia a dia, os ingredientes para cozinhar são poucos e os utensílios ainda menos. Por isso, a Moira do Tertúlia de Sabores , ao comemorar o quarto aniversário do seu belíssimo blog, propôs-nos um verdadeiro desafio: criar receitas simples e saborosas que a Maria possa confeccionar com aquilo que tem à mão.

A adesão foi enorme (da última vez que vi já passavam das sessenta receitas!) e a Cozinha do Cravo e Canela também não quis deixar de contribuir com uma sugestão para a Maria. Simples e fácil de preparar, aqui fica um saboroso frango com cebola e limão.



Embora, geralmente, todas as receitas sejam para quatro pessoas, hoje proponho quantidade apenas para duas, embora possa ser duplicada ou reduzida a metade (os instrumentos de medida são os mais elementares!!!).

Ingredientes:
1/2 frango
1 cebola
1 limão 
1 chávena de chá de água (cerca de 2 dl)
3 dentes de alho
Azeite, sal e pimenta qb

Colocar, num tacho, o azeite, os dentes de alho esmagados (com a lâmina da faca), a cebola cortada em rodelas finas, a raspa de um limão (pode usar a serrilha de uma faca, ou fazer um ralador com uma tampa de lata a que faz uns furos com um prego), se for difícil arranjar ou improvisar um ralador, cortar a parte amarela do limão bem fininha e picar com a faca. Deixar cozer um pouco o frango, em lume brando, com o tacho tapado. Temperar de sal e pimenta. Juntar o sumo de meio limão ea chávena de  água e manter ao lume, com o bico do fogão no mínimo e bem tapado, de forma a cozer lentamente. Quando estiver cozido, deixar apurar bem o molho e servir com arroz branco.

Espero que gostem e, sobretudo, que a Maria goste e lhe seja útil!
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Beringela Recheada com Legumes e Couscous para uma Segunda Sem Carne

Mais uma sugestão para uma Segunda Sem Carne. Desta vez uma Beringela Recheada com um estufado de legumes variados, a que juntei couscous.



Ingredientes:
2 beringelas grandes
1/2 pimento amarelo
1/2 pimento vermelho
1/2 courgette (aboborinha italiana)
1 cenoura
1 cebola
1 dente de alho
1/2 chávena de couscous
1 raminho de manjericão
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
Azeite, sal e pimenta qb.

Hidratar o couscous com água a ferver, temperada de sal e reservar. Lavar e cortar as beringelas ao meio, no sentido do comprimento. Retirar a parte das sementes. Colocar azeite numa frigideira, com o alho esmagado. Quando começar a aquecer juntar os diversos legumes e os temperos e deixar estufar em lume brando, tapados, para que o vapor libertado volte para a frigideira. Quando estiverem cozinhados, juntar os couscous, envolvendo bem e rechear as metades de beringelas que devem ser embrulhadas em papel de alumínio e levadas ao forno por cerca de 15 minutos (depende do tamanho e da temperatura atingida pelo forno).


Espero que gostem!
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Bolachas de Chocolate e Avelãs

Há qualquer coisa nas bolachas que nos remete imediatamente à infância. Os lanches da nossa meninice, os livros dos Cinco e as suas merendas, as ceias à meia noite no Colégio das Quatro Torres, o Monstro das Bolachas da Rua Sésamo e sei lá mais quantas memórias mais ou menos nítidas...

Nesses tempos uma bolacha era algo especial, para comer com deleite (e com leite também!!), para apreciar mais do que para encher a barriga. E, nessa altura, as bolachas de chocolate eram as minhas favoritas!




Talvez por isso, as minhas primeiras bolachas para o Cravo e Canela são de chocolate com avelãs e, num regresso encantado à infância, fiz algumas com pauzinho à laia de chupa-chupa.




Ingredientes:
225 g de farinha com fermento
175 g de açúcar
1 ovo
100 g de margarina
50 g de avelãs
5 colheres de sopa de cacau em pó

Misturar a margarina com a farinha, até ficar uma espécie de farelos. Juntar o açúcar, o cacau, as avelãs e o ovo ligeiramente batido. Misturar bem, amassando até ficar uma massa macia. Fazer um rolo com cerca de 5 cm de diâmetro que se enrola em papel vegetal e, depois, em película aderente. Guarda-se no frigorífico (geladeira) durante algumas horas. Quando se retirar, cortam-se rodelas de aproximadamente 8mm de espessura e levam-se a cozer em forno médio, em tabuleiros forrados com papel vegetal, tendo o cuidado de deixar espaço suficiente entre as bolachas para que não se colem umas às outras. Os chupa-chupas de bolacha, são feitos colocando um palito ou pauzinho de gelado na massa ainda crua.




Para manter a tradição, o melhor é guardar estas bolachas numa lata de folha, de onde podem ser surripiadas pelos nossos filhotes...

Com o Natal quase a bater-nos à porta, estas bolachinhas podem ser uma bonita lembrança para oferecer a alguém amigo. É um presente que, apesar de económico, é especial por ser feito por nós e por ser uma guloseima que vai sempre bem nesta época festiva.




Espero que vos agradem!

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sabores do Alentejo

No Alentejo o pão é rei! O azeite, os alhos e as ervas aromáticas dão-lhe os sabores e os seus aromas pungentes. Podem não ser  "comeres" para o gosto de todos, mas a carismática cozinha alentejana, em que muitos pratos radicam na pobreza que o seu povo vivenciou, e oscilam entre a frugalidade e o inesperado dos sabores e das combinações, é certamente algo que vale a pena conhecer!



Hoje não trago nada de novo, senão quatro pratos que já passaram pela cozinha do Cravo e Canela e que têm como ingrediente principal o Pão. Dois são de Sopas e os outros dois de Migas. Revisitem-nos, carregando no link que se encontra no nome de cada prato.

Açorda de Bacalhau



Sopas de Cação

Migas com Entrecosto



Tomatada




Bom apetite!


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Estufado Mediterrânico com Soja para uma Segunda Sem Carne


Nunca houve tanta fartura de carne e produtos de origem animal como acontece actualmente no mundo ocidental. Também os seus preços apresentam minímos históricos face aos rendimentos das populações. Mas à custa de quê e com que consequências?

A acessebilidade a estes produtos de que gozamos hoje obteve-se à custa de produções e capturas massivas dos animais, nas quais, com o intuito de reduzir os custos, são frequentemente esquecidos os mais elementares preceitos de respeito e compaxão por outro ser vivo.

Por outro lado, o volume de criação animal é, hoje em dia, uma das principais fontes de emissão de carbono, com o consequente impacto para a saúde do planeta.

Em terceiro lugar, e não menos importante, a dieta ocidental, extremamente rica em proteínas e gorduras animais, apresenta sérias consequências para a saúde humana com urge evitar.


Por tudo isso, com o lema "Pelas Pessoas, Pelos Animais, Pelo Planeta" surgiu o movimento Segunda Sem Carne (Meat Free Monday). Com a premissa de que, se todas as famílias, evitarem consumir carne ou outros produtos de origem animal nem que seja uma vez por semana, o impacto irá sentir-se a estes vários níveis. Neste sentido, alguns Blogs em Portugal e noutros países, estão a apresentar receitas sem carne capazes de agradar aos paladares daqueles que não estão habituados uma dieta vegetariana.

De inspiração mediterrânica, com predominância de legumes coloridos e de massa, mas sem perder proteínas graças ao granulado de soja, trago-vos um estufado bem saboroso e nutritivo, que certamente vai agradar a toda a família.



Ingredientes:
75 g de mini beringelas ou 1 beringela média
1/2 pimento amarelo
1/2 pimento encarnado
2 pimentos cumbuca ou 1/2 pimento verde
1 cebola
4 dentes de alho
1 molhinho de mangericão
25 g de azeitonas verdes sem caroço
75 g de tomate cereja
50 g de granulado de soja (proteína de soja texturizada)
5 dl de molho de tomate caseiro
2 colheres de chá de vinagre balsâmico
1/2 embalagem de massa (grano duro) da vossa preferência
Azeite, sal e pimenta qb

Hidratar a soja durante alguns minutos até que todos os pedaços já não apresentem partes secas e duras. Lavar e arranjar os legumes, cortando em pedaços não demasiadamente pequenos. Levar a cebola, o alho, os vários pimentos e a soja (espremer bem a água) a estufar, em lume brando, numa frigideira tapada . Temperar de sal, pimenta e vinagre balsâmico e juntar as folhas de mangericão, deixando algumas para decorar. Quando a cebola já estiver transparente, juntar o molho de tomate e deixar estufar lentamente para misturar bem os sabores. Numa panela ferver água temperada com sal e juntar a massa. Deixar cozer até estar al dente, retirar com uma escumadeira e juntar à mistura de legumes e soja. Acrescentar os tomates cereja cortados ao meio e as azeitonas cortadas em rodelas. Tapar e deixar cozinhar por mais alguns minutos. Servir quente com algumas folhas frescas de mangericão.


Ficou muito saboroso com os aromas bem impregnados na massa e na soja.

Bom apetite!
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domingo, 20 de novembro de 2011

Palitos de Amêndoa

Ontem fiz estes Palitos de Amêndoa e, apesar de tão singelos, levaram-me de volta aos dias da minha infância em que passávamos os sábados ou os domingos em casa da minha avó paterna. Eram dias passados em família, à volta da mesa e dos cozinhados que a minha avó, mãe e tias reuniam. Eram os dias em que, entre o almoço e o lanche, eu e os meus primos fazíamos incursões na despensa em busca dos biscoitos que a minha avó fazia e guardava numa lata, geralmente num sítio bem alto para nós não chegarmos... em vão! Nós sempre os alcançávamos e comíamos...


Para além dos Biscoitos da Avó Dade, os seus Palitos de Amêndoa eram outra das delícias que podíamos encontrar na grande lata de folha. Estaladiços e dourados, com pedaços de amêndoa, eram tão bons comidos às escondidas como com limonada, chá ou leite. À partida para casa, todos tínhamos direito a uns quantos palitos ou biscoitos para comer mais tarde ao deitar, e o seu sabor permanece até hoje na minha memória e, certamente, também na dos meus primos.

Ingredientes:
200 g de açúcar
200 g de farinha com fermento
50 g de amêndoa
4 ovos
raspa de limão (siciliano)
uma mão cheia de lembranças da nossa infância

Bater as gemas com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Juntar as claras em castelo e a farinha alternadamente, envolvendo com suavidade (foi assim que a minha avó me ensinou!). Por fim adicionar as amêndoas cortadas em lascas, não muito finas. Levar a cozer num tabuleiro untado ou forrado com papel vegetal (manteiga). Quando estiver cozido, mas claro, retirar, deixar arrefecer um pouco e cortar em palitos, que devem voltar ao forno para dourar durante alguns minutos. Deixar arrefecer e guardar, de preferência, numa lata, de forma a que permaneçam durinhos e estaladiços.


São óptimos para acompanhar uma chávena de chá ou um copo de leite ao jantar. Eu adoro-os com uma limonada bem fresquinha!

Espero que gostem!
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O Trigo já fez Sete Meses

O Trigo foi o primeiro cão que tive depois de adulta e rapidamente conquistou o meu coração. Brincalhão e cada vez mais robusto, por vezes já é difícil acompanhar as suas correrias, resistir (de pé) aos seus saltos e ter um orçamento compatível com as nossas roupas que acabam por ficar estragadas no processo!




Olhar terno e com um sinalinho charmoso no focinho, conquista aqueles por quem passa, principalmente as meninas e as senhoras que o acham um fofo e o enchem de festas e beijos... Enfim é um verdadeiro "Ladies Dog"!


Com sete meses, está um matulão, com cerca de 30 quilos, que ele consegue transformar em força e obstinação quando assim o entende (principalmente na hora de ter de voltar para o canil!), mas que também podem ser de ternura e alegria quando nos vê chegar.
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sábado, 19 de novembro de 2011

Lasanha de Salmão com Azeitonas

Cozinhar catorze refeições por semana (ou pelo menos sete, para os que almoçam fora!) dá à maioria de nós bastante em que pensar, para não se estar a fazer sempre o mesmo, para jogar com os ingredientes disponíveis na época ou na zona em que habitamos, para termos refeições saudáveis e equilibradas e, nestes tempos mais difíceis, para termos na mesa algo agradável e apetitoso com um orçamento razoável.

No meu caso pessoal, devo confessar que não sou daquelas pessoas maravilhosamente organizadas que, na sexta-feira, sabem o que vão cozinhar na semana seguinte (mas gostava!). Funciono mais de improviso, em função do que encontro com melhor aspecto e de novidade no mercado de frutas e legumes, do facto de encontrar peixe fresco que me satisfaça, e até do que está a ficar maduro na horta.

Esta lasanha surgiu de uma dessas inspirações momentâneas! É uma dessas receitas que se vão construindo com base nos produtos disponíveis, no conhecimento de algumas combinações que já se sabe como funcionam e que voltam a ligar bem e a deixar-nos satisfeitos. Passada de forma positiva pela crítica cá de casa, partilho-a convosco.




Ingredientes:
500 g de lombo de salmão
75 g de azeitonas verdes sem caroço
1 alho francês (poró)
1 cebola roxa grande
4 dentes de alho
1 embalagem de folhas de lasanha fresca
5 dl de molho de tomate caseiro
Parmesão ralado para decorar
Azeite, sal e pimenta qb

Refogar, em azeite, o alho francês, a cebola e os dentes de alho, finamente picados. Quando as cebolas começarem a ficar translúcidas, juntar o salmão, previamente temperado de sal (durante algumas horas) e cortado em cubos. Deixar estufar, em lume brando, tapando a frigideira. Quando estiver cozinhado, temperar de pimenta, moída na altura e juntar as azeitonas cortadas em rodelas. Envolver e deixar ao lume durante dois ou três minutos para integrar os sabores. Preparar a lasanha, alternando placas de massa com a mistura de salmão e terminando com uma placa de massa. Cobrir com o molho de tomate caseiro e levar ao forno (180 a 200º), permitindo cozer a massa e secar um  pouco o molho. Retirar do forno imediatamente antes de servir, polvilhando com parmesão ralado.



Deliciosa e nutritiva, é uma forma gostosa de levar os menos apreciadores de peixe a comê-lo sem dificuldade. Espero que gostem!

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Bolo de Morangos com Natas e Coco

Há algo nos morangos com natas que nos lembra a Primavera, brisas mornas, as primeiras tardes passadas numa esplanada ao sol! Um bolo com morangos e natas, então, é uma delícia! Quem for de Lisboa certamente conhece o bolo com morangos e chantily da Fruto Almeidas, fresquíssimo, a desmanchar-se na boca!

Esta semana experimentei fazer um bolo de morangos com natas, mas já incorporados na massa. Sempre que se fazem estas experiências, nunca temos a certeza do que vai verdadeiramente sair do forno. Por vezes corre mesmo mal... e dessas situações não deixo aqui história! Desta feita, pelo contrário, o resultado ultrapassou as expectativas (sim porque ao imaginar a receita, imagino o resultado!). O bolo ficou fofo, os morangos suculentos, os sabores bem combinados. Atrevo-me assim a dizer: experimentem!



Ingredientes:
4 ovos
300 g de açúcar
150 ml de óleo alimentar
200 g de natas frescas
300 g de morangos
50 g de coco ralado
250 g de farinha com fermento (de acordo com as indicações do fabricante)

Lavar e arranjar os morangos. Cortar os frutos em rodelas grossas e envolvê-los em metade do coco ralado. Bater os ovos inteiros com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Juntar o óleo, batendo bem. Acrescentar as natas frescas, incorporando cuidadosamente e, em seguida, o resto do coco ralado. Adicionar a farinha já sem bater, mas misturando bem com a massa. Por fim, juntar os morangos envolvidos em coco, distribuindo por toda a massa. Levar a cozer em forno a 180º, numa forma de chaminé untada e polvilhada com farinha.



Pelo facto de ter pedaços grandes de fruta deve ser consumido nos primeiros dois a três dias. É óptimo para um lanche ou para um pequeno almoço mais requintado. Acompanhado de gelado pode até ser servido como sobremesa.

Espero que gostem... eu gostei!
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Uma Sopa de Ervilha da Horta

Nestes últimos tempos temos colhido ervilhas da nossa horta. Primeiro chegaram as ervilhas doces (ou tortas!) e, agora, começam a surgir as ervilhas cheias. Já fizemos Ervilhas com Ovos e, este fim de semana, fiz uma sopa de ervilha, com ervilhas doces que tinha colhido ao longo da semana.



Como todas as sopas de leguminosas (grão, feijão, soja, lentilhas) é bastante rica em proteínas e pode ser um complemento importante numa refeição sem carne. Além disso, uma boa sopa de legumes é uma forma saudável, mais económica e prática de alimentar a nossa família, sendo algo que nunca deixamos acabar em nossa casa.

Em Portugal é uma prática comum ter sopa para servir às refeições, antes do prato principal, que assim já não necessita de ser tão farto. No Brasil, já me apercebi que não é tão comum. Mas mesmo em países quentes a sopa é uma excelente opção, podendo ser comida fresca se assim o preferirem!



 Ingredientes:
Cerca de 400 g de ervilhas doces (podem ser substituídas por bagos de ervilhas, frescas ou congeladas)
1 batata grande
2 cenouras
1/2 courgete (abobrinha italiana)
1 Chúchu
1 cebola grande
5 dentes de alho
Cebolinho ou folhas de alho
Coentros
Sal e azeite qb

Lavar, descascar e cortar os legumes em pedaços pequenos. Cortar o pé e tirar a linha lateral das vagens das ervilhas. Colocar a cozer em água temperada de sal. Para o final da cozedura, juntar as ervas aromáticas e o azeite (seja generoso!). Deixar cozer mais um pouco e reduzir a puré com a ajuda da varinha mágica ou do liquidificador.

No caso de usarem ervilhas em bago, convém coar o puré, de forma a deixá-lo mais aveludado!




Comer quente ou fria, simples ou guarnecida com croutons, presunto (de parma) picado, ou mesmo com um pouco de pesto.

Bom apetite!
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domingo, 13 de novembro de 2011

Livros e Tachos #2 - O Segredo de Frida Kahlo

"O Segredo de Frida Kahlo" é um romance sobre a vida da artista, que em torno e a propósito de um conjunto de episódios fantásticos, faz surgir um suposto caderno de receitas de Frida, que encerraria as suas receitas favoritas.


Edição Brasileira disponível na Livraria Cultura

"Depois de sofrer um terrível acidente de bonde e morrer pela primeira vez, Frida encontra sua Madrinha, a Morte, com quem faz um acordo para voltar a viver, e deverá preparar todos os anos uma oferenda para lembrar seu pacto. A partir de então, Frida anota cada banquete de Dia dos Mortos num caderno de capa preta que guarda com todo zelo e que chama de 'Livro da erva santa'.

Enquanto o ritual se cumpre pontualmente, sua existência se desenvolve de modo impetuoso, cheia de arrebatamento e dor. Conhece o homem com quem compartilhará a vida - Diego Rivera - e que marcará o começo de sua segunda morte. Juntos irão saborear a traição e também a paixão pela arte.

Frida ama e deseja com loucura, mas vive dias emprestados; seu corpo dolorido e destroçado jamais lhe permitiu esquecer que sua Madrinha arrancava-lhe a alma, pedaço por pedaço, e que o encontro final entre elas estava cada vez mais próximo."



O livro apresenta cerca de quarenta receitas, maioritariamente da cozinha mexicana! Se é verosímil que que Frida tenha sido uma excelente cozinheira e tenha possuído um caderno de receitas, não sei dizer, embora não me pareça impossível, dado o seu apreço pela cultura do seu país!

Convém, todavia, nunca esquecer que este é um exercício de ficção que até tem um pé no campo do fantástico. Por isso, os admiradores de Frida Kahlo não devem esperar aqui, necessariamente, um absoluto rigor dos factos, mas sim uma perspectiva diversa e, eventualmente, completamente romanceada de uma outra característica desta mulher tão marcante!
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Uma Sopa de Cação à Alentejana

Apesar do Alentejo ser uma região maioritariamente interior (não esqueçamos o belo litoral alentejano!), a gastronomia alentejana conta com diversos pratos de peixe verdadeiramente deliciosos!

Já aqui trouxe a açorda de bacalhau, tão do gosto do povo alentejano, e hoje apresento umas Sopas de Cação, que foram à nossa mesa no passado fim de semana. Este caldo de peixe, com as suas sopas de pão e forte sabor a coentros (ou, nalguns casos, a poejos), é um prato nutritivo e saboroso que aquece o coração.




Como no essencial da culinária alentejana, caracteriza-se pela forte presença das ervas aromáticas (neste caso os coentros) e do pão, sob a forma de sopas. O bom azeite, o alho e a cebola, complementam este leque de sabores que, associados à carne delicada do cação, tornam este prato uma verdadeira delícia.




Ingredientes:
4 postas médias de cação
2 batatas médias
Fatias de pão duro (amanhecido), de preferência alentejano
1 cebola grande
4 dentes de alho
1 molho de coentros
2 colheres de sopa de farinha
1 colher de sopa de vinagre
1 colher de chá de pimentão em pó (paprika)
Azeite, sal e pimenta qb

Temperar o peixe de sal com algumas horas de antecedência e deixar tomar o gosto. Fazer um refogado com a cebola picada e os dentes de alho esmagados, sendo generosos no azeite. Juntar as postas de peixe, temperar de pimenta e juntar os coentros picados. Acrescentar as batatas, cortadas em rodelas bem finas, para que o tempo de cozedura seja igual ao do peixe. Tapar o recipiente e deixar estufar em lume brando. Quando estiver praticamente cozido, retirar o peixe e reservar. Retirar um pouco de caldo que se junta à farinha, paprika e vinagre, de forma a misturar bem, sem formar grumos. Juntar este creme ao caldo e misturar bem, deixar ferver para que o caldo fique um pouco mais consistente, mas não deve ficar grosso ou cremoso. Quando o caldo já não souber a farinha crua, juntar o peixe e deixar ferver um pouco até estar bem quente. Migar as sopas de pão para uma terrina ou taça para servir à mesa, colocar as postas de peixe sobre o pão e deitar o caldo fervente. Servir de imediato.

Quem preferir ou não tiver pão suficientemente consistente (pão com miolo muito fofo não é bom para este fim!) pode fritar as fatias de pão em azeite!




Esta refeição bem saborosa, típica da minha terra, fez as delícias cá de casa. Espero que também gostem!



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Crumble de Maçã e Uma Amiga

Os novos amigos surgem-nos nas situações menos esperadas, muitas vezes fruto de coincidências dignas de filme e, quando damos por isso, fazem parte da nossa vida e do nosso dia a dia!

Foi um pouco assim que conheci esta amiga, em quem, apesar das diferenças, encontrei muitos pontos comuns, gostos semelhantes, formas parecidas de estar na vida, valores e objectivos similares. É a ela que dedico este post, como um abraço neste momento mais atribulado da sua vida, e porque sem ela este não seria possível, pois é sua a receita deste Crumble!


Já o experimentara em sua casa e ficara com a ideia de também o fazer. A visita de um amigo serviu de pretexto. É uma sobremesa rápida e simples de fazer e, além disso, deliciosa. É bom comido quente, quase acabado de sair do forno, com o gelado a derreter por cima. O resto foi comido frio, com gelado de baunilha, e também não ficou atrás!



Ingredientes:
4 maçãs
100 g de margarina
100 g de farinha
100 g de açúcar (80 g para os menos gulosos)
Açúcar demerara ou amarelo e canela em pó qb

Descascar as maçãs e cortar em fatias finas e dispor no fundo de um prato de ir ao forno e à mesa (convém ter alguns centímetros de fundo). Polvilhar com açúcar demerara (ou amarelo) e canela em pó. Numa taça misturar e amassar bem a margarina com o açúcar e a farinha. Fica uma massa desagregada que deve ser colocada em bocados sobre as maçãs, não precisando de ficar tudo tapado. Vai a cozer ao forno a cerca de 180º até ficar dourado.



Serve-se quente (ou frio) acompanhado de uma bola de gelado. Confesso que gosto particularmente do sabor da baunilha misturado com a maçã assada e a parte do bolo!

Bom apetite!
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ervilhas (Tortas!) com Ovos

Dos meus tempos de infância, tenho uma memória bem vívida de estar sentada num poial de porta, com um alguidarinho no colo a esburgar ervilhas!

Não me consigo lembrar se era no Alentejo, mas esta lembrança está associada à minha avó Eugénia, à minha mãe e a ervilhas com ovos! Não como se fazem na zona de Lisboa e também em algumas partes do Alentejo, com os ovos escalfados no guisado das ervilhas, mas como a minha avó fazia, com os ovos mexidos com o estufado. Ficavam húmidos e com o sabor das ervilhas e dos coentros e, acima de tudo, eu detestava-os!
 



A única coisa boa desses dias era esburgar as ervilhas, ouvir o som da vagem quando abria, senti-las redondas a passar pelos dedos e cheirar o verde que deixavam nas mãos! Esse era o meu contributo e a minha recompensa. Ter de as comer era o sacrifício que fazia por este momento de pura diversão!




Mas os tempos mudam e, com eles, também os nossos gostos! Hoje aprecio o sabor das ervilhas nos ovos, o travo dos coentros, a consistência e o aroma deste prato. Por isso, tenho feito algumas vezes aqui em casa e trago-vos hoje a minha visão desta receita tradicional.

Esta Primavera, na horta, as ervilheiras crescem à redea solta e todos os dias podemos colher vagens prontas a cozinhar! As primeiras a chegar foram as ervilhas tortas e por isso tem sido presença frequente na nossa mesa, tanto como acompanhamento, como como prato principal.

Estava na dúvida se as ervilhas tortas seriam apropriadas para fazer com os ovos, mas asseguraram-me que mesmo a Avó Dade escolhia as mais tenras para poder fazer com a vagem, por ser mais saboroso! Posto isto, coloquei mãos à obra e os resultados não me desiludiram.




Ingredientes:
500 g de ervilhas
6 ou 7 ovos
1/2 cebola
1 dente de alho
1 molhinho de coentros
Azeite, sal e pimenta qb

Lavar bem as vagens, cortar o pé e, puxando ligeiramente, tirar a linha principal do lado da vagem. Levar a cozer, por 2 ou 3 minutos, em água a ferver, temperada de sal. Escorrer e reservar. Numa frigideira, refogar, no azeite, metade de uma cebola, picada finamente, e um dente de alho esmagado. Cortar as vagens em pedaços grados e levar a refogar juntamente com as cebolas, quando estas já começarem a ficar transparentes, juntar os coentros picados, temperar de pimenta, moída na altura, e tapar a frigideira, deixando estufar durante alguns minutos. Quando as ervilhas estiverem brandas, mas não desfeitas, juntar os ovos batidos, temperados de sal, e mexer, reduzindo gradualmente a temperatura do fogão, de modo a que fiquem bem cozinhados, mas húmidos e brandos. Devem ser servidos de imediato.



Como boa Alentejana que sou, prefiro acompanhar as ervilhas com ovos de uma boa fatia de pão, mas poderão optar por um arroz ou até mesmo uma salada de alface com coentros!

Espero que gostem!
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domingo, 6 de novembro de 2011

Fontane & Gelati #4 - Gelado de Pêra e Goiaba junto à Fontana dei Quattro Fiume


Mais uma vez volto aos gelados, relembrando, ao mesmo tempo, a frescura que as  fontes de Roma trazem nos quentes dias de Verão! Hoje proponho saborear um Gelado de Pêra e Goiaba, aromatizado com Cravo e Canela e adoçado com Mel, para o qual fui beber inspiração não numa fonte romana, mas num delicioso post da Laranjinha (Gelado de Marmelo com Mel e Especiarias), que podem encontrar no Cinco Quartos de Laranja.



O gelado ficou uma delícia e faz-me lembrar quantos maravilhosos gelados comi junto à Fontana dei Quattro Fiume.


(Stefan Bauer, in Wikipedia)

Situada na Piazza Navona, representa os quatro principais continentes do mundo e os grandes rios que os atravessam: o Rio Nilo, na África, o Rio Ganges na Ásia, o Rio Danúbio, na Europa e o Rio da Prata na América (o Amazonas ainda não tina sido descoberto!).




A Piazza Navona é uma das mais conhecidas e frequentadas de Roma e, à semelhança da Praça do Rossio de Lisboa, apresenta uma forma rectangular, dado ser, na sua origem, um estádio romano.

Com o passar dos tempos, as casas foram construídas sobre as bancadas e, no final do século XV passou a caracterizar-se como praça. No século XVII foi construída a Fontana dei Quattro Fiume, da autoria de Bernini, que, no centro da praça é um dos seus principais focos de atenção.

Animada de dia e de noite, possui belas esplanadas e bons restaurantes, assim como um ambiente envolvente, cheio de música e pessoas bem dispostas! É definitivamente, um dos locais a não perder e a repetir numa viagem a Roma.




Ingredientes:
2 pêras
2 goiabas vermelhas
2,5 dl de água
50 g de açúcar
2 colheres de sopa de mel
1 embalagem de iogurte natural
1 embalagem de natas
1 pau de canela
1 cravo de cabecinha
Mel e noz pecã para decorar

Descascar e tirar os caroços / sementes aos frutos e cortar em pedaços pequenos. Colocar a cozer com a água, o açúcar, a canela e o cravinho, em lume brando num tacho tapado, até ficarem bem brandos e quase sem líquido. Retirar as especiarias, triturar e reservar os frutos, deixando arrefecer. Depois de frio, acrescentar o mel e o iogurte e misturar bem. Por fim adicionar as natas previamente batidas, envolvendo cuidadosamente. Quem tiver uma sorveteira, deverá utilizar de acordo com as instruções do equipamento. Quem opta por métodos ainda mais artesanais, deverá colocar a mistura no congelador (freezer) e mexer a intervalos de cerca de uma hora e meia, de forma a evitar a formação de cristais de gelo.




Retirar do congelador cerca de 15 minutos antes de servir e decorar a gosto. Neste caso, guarneci o gelado com um fio de mel e com lascas de noz pecã. A mistura da pera com a goiaba assemelha-se  ao sabor do marmelo, tanto no aroma como na textura, ao mesmo tempo que o traço subtil do cravo e da canela trazem um travo exótico ao gelado!

Espero que gostem!
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sábado, 5 de novembro de 2011

Andar pelas Portas a Pedir os Santos

Hoje em dia, cada vez mais esquecemos as nossas tradições e aderimos a modas estrangeiras, bem preparadas por enormes campanhas de marketing e sustentadas por um comércio que as justifica e delas necessita.

É o caso, entre outros, do dia das Bruxas ou Halloween! Tradição que não é nossa, mas a que vamos aderindo em maior ou menor grau. Já todos deixámos as crianças mascarar-se, ir pedir os Trick or Treat, escavámos abóboras ou até, mesmo, colocámos um chapéu de bruxa.



Certamente que nos divertimos e passámos um bom bocado com os nossos filhos e amigos! Não sou radical ao ponto de renegar costumes de outros países, acho-os interessantes e dignos da nossa atenção. Mas, por outro lado, muito do que vemos nesta altura é um arremedo do que é esta data e tradição nos seus países de origem, é em grande medida um fenómeno comercial e, acima de tudo, abafa as tradições que são nossas e que importa não esquecer!

É nossa a tradição de pedir o "Pão por Deus" no dia de Todos os Santos, prática que segundo se pensa radica na Lisboa de 1756 (ano a seguir ao Grande Terremoto), em que as pessoas, empobrecidas e famintas, no dia do aniversário da calamidade foram pela cidade pedir pão. Até meados do século passado ainda se pedia, hoje parece quase totalmente em desuso.


(Aldrabas de Porta de Castro Verde e Mértola)

No Alentejo, de onde sou originária, ia-se pelas portas a pedir "Os Santos". As ofertas podiam ser pequenos bolos, frutos secos ou qualquer guloseima (menos comum!) que, aqueles a quem batiam à porta,   davam a quem aparecia.


(Aldrabas de Porta de castro Verde e Mértola)

Gostaria de ver estas tradições retomadas e julgo que em algumas localidades do país ainda sobreviverão fruto da carolice de alguns.  Este dia, que para mim, tem a ver com a partilha do que se guardou do Verão com aqueles que têm menos, e o dia seguinte, de Finados, com as lembranças dos que amamos e já não estão connosco, apresenta-se-me como um dia de reflexão, de gratidão e de memória antes de atravessar o duro Inverno!

Muitos dos momentos que recordo com as minhas avós e tias que já partiram, foram passados à mesa ou na cozinha, a conversar sobre como era noutros tempos. Vamos remexer nas gavetas e arcas, nas reais e nas da memória, e procurar os caderninhos de receitas e as lembranças doces que nos trazem!


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