sexta-feira, 29 de julho de 2011

Bread Baking Day #42 - Pão com Chouriço e Azeitonas | Chorizo and Olives Bread

A edição do Bread Baking Day deste mês é patrocinada pela Palmira do blogue Come Conmigo que nos desafia a cozer um pão para levar para um picnic.

Uma vez que estou de férias no Alentejo, optei por um pão com Chouriço e Azeitonas. Mesmo que não encontrem os ingredientes portugueses, poderão utilizar algo semelhante que seja característico do vosso país ou região.

This month edition of Bread Baking Day is hosted by Palmira from Come Conmigo, who challenges us to bake a bread to take to a picnic.

Once I'm on holidays in the Portuguese region of Alentejo (famous for its bread, olives, and charcuterie) I choose to bake a Chorizo and Olives Bread. Even if you can’t find these Portuguese ingredients, you always can use some similar products from your country or region.




Ingredientes:
500 g de farinha
10 g de fermento biológico
2 colheres de sopa de azeite
1 1/2 colher de chá de sal
250 ml de água
50 g de azeitonas, temperadas e descaroçadas
50 g de chouriço cortado em rodelas e depois em quartos (neste caso é de porco preto)
Orégãos secos qb


Misturar a farinha com o sal . Fazer uma cavidade no centro e juntar o azeite e, a pouco e pouco, acrescentar e ir misturando o fermento previamente diluído na água morna. Amassar bem e fazer uma bola que se deixa a levedar dentro da tigela, coberta. Aguardar cerca de uma hora, para a massa crescer. Trabalhar a massa e, a pouco e pouco, ir acrescentando as azeitonas previamente cortadas e passadas por farinha. Fazer um rectângulo e cobrir com o chouriço. Enrolar como se fosse uma torta. Fazer alguns cortes na superfície e polvilhar com orégãos secos. Levar ao forno a cozer.

Ingredients:
500 gr flour
10 gr biological yeast
2 tsp. olive oil
1 1/2 tee spoon salt
250 ml of warm water
50 g of choped olives
50 g of sliced and diced chorizo


Mix the flour with the salt . Make a hole in the centre of the flour mix and add the olive oil and, bite by bite, the yeast dissolved in the warm water. Mix carefully and work the dough. Form a ball and live it to grow in a covered bowl. Add the olives gradualy to the dougth and than form a rectangular piece that you cover with the chorizo. Make a roll and bake it in a hot woven.



Os sabores e aromas das azeitonas e do chouriço combinam bem e este pão pode ser comido por si só pois já está reacheado com estes ingredientes.

The flavours from the olives and the chorizo make a wonderful combination and this bread can be eaten without needing anything else to go with.



A seguir só foi preciso arranjar o cesto com bebida e alguma fruta e o picnic ficou pronto!

Then I only needed to fix a basket with something to drink and some fruit, and the picnic was ready!


Espero que gostem!

Hope you like it!

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terça-feira, 26 de julho de 2011

Um Passeio no Alentejo Profundo e uma Bela Sopa de Peixe

Ontem à tarde fizemos um passeio até uma pequena capela que, por ficar num ponto elevado, desfruta de uma vista fantástica das planícies. Já lá estive, penso até que mais de uma vez, mas gostava de partilhar com o meu filho este local. Agora partilho-o convosco! Trata-se da capela de Nossa Senhora de Ara Coelis (ou Aracelis), uma pequena e singela ermida, partilhada pelos concelhos de Castro Verde e Mértola (a capela pertence a Castro Verde, enquanto o adro está em território de Mértola).




Outrora local de peregrinação, encontra-se numa elevação isolada no meio da planície, proporcionando uma vista estonteante das terras em redor. O aroma das plantas sob o estio, a luz fulgurante que emana das suas paredes caiadas, a sensação de isolamento e a vista, quase aérea, da paisagem, fazem juz ao seu nome de Altar do Céu.




Bela como me lembrava, no entanto fui encontrar os bonitos arcos rendilhados mais deteriorados do que os vira anos atrás. Espero que a partilha desta pequena jóia entre dois munícipios não seja motivo para que a sua preservação seja esquecida.



Hoje voltámos a fazer uma sopa de peixe com os restos de uma caldeirada do dia anteriror, a que juntámos, ainda, o caldo de umas ameijoas que abrimos. Trata-se de uma sopa deliciosa que, por ser feita de aproveitamentos, fica bastante económica.



Ingredientes:
Restos de Caldeirada (molho e peixe)
Molho de Ameijoas
1 Cebola
2 ou 3 dentes de alho
4 tomates bem maduros
1 molho de coentros
Massa de cotovelinhos
Azeite qb

Fazer um refogado com o azeite, cebola e alho. Juntar o tomate e deixar cozer. Juntar os caldos da caldeirada e das ameijoas (este último coado), e triturar bem. Juntar o peixe sem espinhas, os cotovelinhos previamente cozidos em água e sal e os coentros picados. Deixa-se ferver um pouco e serve-se quente.



Espero que gostem!

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um Petisco Alentejano - Cachola e Bofe de Borrego Fritos

Castro Verde fica no Campo Branco, uma zona do Baixo Alentejo caracterizada por uma paisagem de estepe, com poucas árvores e, predominantemente , vegetação rasteira. Embora se faça o cultivo de cereais, é particularmente propícia à criação de gado de pequeno porte como é o caso das ovelhas.



O petisco que vou apresentar é feito com os miúdos do borrego (fígado, pulmões e coração) e vem talvez dos tempos em que a necessidade obrigava a aproveitar todo o animal. Dada a impossibilidade de guardar as vísceras, estas eram confeccionadas no próprio dia da matança. Hoje, apesar dos tempos difíceis que se atravessam, não têm muita procura e, mesmo aqui no Alentejo, conseguem comprar-se os ingredientes principais para este delicioso petisco por pouco mais de 1 Euro.

Ingredientes:
Cachola (fígado), Bofe (pulmões) e Coração de 1 borrego
Alhos, louro, sal, azeite e vinagre qb

Lavam-se a cachola, o bofe e o coração e cortam-se em cubos com cerca de 3 cm. Temperam-se de sal, alhos, louro e vinagre e deixam-se a tomar gosto durante uma a duas horas. Fritam-se em azeite até estarem cozidos, mas sem deixar queimar. Atenção que a consistência dos três é muito diferente, pois enquanto o bofe mantém elasticidade, o figado torna-se mais duro e o coração apresenta a consistência mais comum à da carne uma vez que se trata de um músculo.


Gosto de comer este petisco, e particularmente o bofe, com pão e como qualquer bom alentejano vos pode confirmar, a melhor forma é com a ajuda de uma "navalhinha de cortar", instrumento indispensável a qualquer gourmet da planície.



Espero que gostem!
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Já cheguei ao Alentejo

Já cheguei ao Alentejo e à vila de Castro Verde!

Cheguei ontem à tarde, e vim encontrar a vila sob o calor seco da planície, com as suas cores brilhantes e o cheiro doce do restolho que chega dos campos em redor. É sempre um encanto regressar a esta origem e pisar novamente esta terra.



Reencontro velhos conhecidos, família e amigos, reentro na minha casa, revejo as minhas flores, que parecem em estado selvagem, e percorro os antigos caminhos que me levam aos sítios favoritos de Castro.



Castro Verde é uma encantadora vila do Baixo Alentejo, onde para além de poderem comer uma boa refeição, terão oportunidade de visitar igrejas e museus. Venham visitar-nos e espero que gostem!
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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um Encontro em Lisboa e Tagliolini Nero com Ameijoas

Ontem encontrei-me com as minhas amigas Cristina e Isabel para almoçar, matar saudades e por a conversa em dia. Amigas desde o início da faculdade, quando ainda éramos adolescentes, sentimo-nos um pouco como os personagens do Sexo e a Cidade, perante os quais, a distância e o tempo não interrompem o que sentimos umas pelas outras ou perturbam o fio da conversa. Ao longo destes anos, as nossas conversas  têm passado das paixonetas  aos casamentos, dos trabalhos para o a cadeira X ao projecto Y do emprego, das fraldas aos bigodes dos filhos...É a elas que para além da minha amizade, dedico o post de hoje.



Como ultimamente o nosso poiso para almoçar tem sido o restaurante da Cinemateca Portuguesa, resolvi findo o encontro, fazer um passeio a pé até ao Chiado e aproveitar a minha querida Lisboa. Rever as suas cores, os miradouros, as colinas e as pessoas, o rio ao fundo e um restinho de flores dos Jacarandás que ainda esperaram por mim!!!



Regressada a casa, estava na hora do jantar e de aproveitar estar em Portugal para fazer algo que dificilmente consigo fazer no Brasil. Há tanto tempo com saudades das ameijoas, comi por mais que uma vez em Roma, mas ainda não tinha comprado aqui. Resolvi combinar as ameijoas com masssa tingida com Nero di Sepia, que vai muito bem com peixes e principalmente mariscos.

Ingredientes:
250 g de Tagliolini (Nero de Sepia), de preferência massa fresca
1,5 kg de ameijoas
4 dentes de alho
1 molho de coentros
Sumo de 1 limão
Azeite, sal e pimenta qb

Lavam-se as ameijoas e colocam-se numa frigideira ou tacho onde já se começou a aquecer o azeite com os dentes de alho partidos ao meio no comprimento.. Tapa-se o recipiente e vai-se agitando. O lume não deve estar demasiado forte. Junta-se um pouco de sal, pimenta e os coentros picados. Quando as ameijoas estiverem abertas, rega-se com o sumo do limão. Entretanto, coze-se a pasta em água abundante, temperada de sal. Quando estiver al dente, retira-se, escorre-se e junta-se às ameijoas, envolvendo-se no molho que estas criaram. Liga-se o fogão e deixa-se ferver dois ou três minutos apenas.



Espero que gostem!
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domingo, 17 de julho de 2011

Caldeirada com Peixe do nosso Mar

Vivi grande parte da minha infância em Espinho. Sendo uma cidade costeira, Espinho tinha uma forte tradição piscatória e, nos anos 60, o peixe ainda era vendido pelas ruas da cidade, carregado pelas Vareiras, nas suas canastras que, de forma prodigiosa, equilibravam nas cabeças.

Um dos pregões que recordo é de "Olha o peixe fresquinho! É o peixe do nosso mar!", ou algo semelhante, que indicava tratar-se de peixe capturado ao largo de Espinho, indicando-o como o mais fresco e melhor.

Esta caldeirada não foi feita com peixe de Espinho, mas com pescado Português que é certamente dos melhores. Aqueles que como eu gostam de peixe e estão habituados à variedade e frescura a que temos acesso no nosso país, imaginam a saudade que eu trago ao fim de seis meses longe da nossa terra.

Olho a bancada da peixaria como se fosse a joalheria mais sofisticada (bem, na verdade com muito maior encanto, pois não sou deslumbrada por jóas!) e procuro a caldeirada que me está mesmo a apetecer. Como não havia, comprei Safio, Raia e Pata Roxa. Esqueci-me da Sardinha que sempre coloco na Caldeirada para dar gosto. Se forem fazer, recomendo.

Chegada a casa, é só por o peixe com sal e preparar os restantes ingredientes.



Ingredientes:
Cerca de 1,5 kg de peixe (variado para Caldeirada)
4 batatas médias
6 tomates médios
1 cebola grande
5 dentes de alho
1/2 pimento verde
1/2 pimento encarnado
1 folha de louro
1 molho de coentros
1 raminho de alecrim
1 raminho de hortelã da ribeira (se não tiverem, podem substituir por poejos)
Azeite, sal e pimenta qb

Deixa-se o peixe tomar o sabor do sal, para o que convém temperar com algumas horas de antecedência. Entretanto, preparam-se os legumes que irão para a panela em camadas, intercalados com o peixe. Embora os ingredientes indicados sejam para quatro pessoas, quanto maior for a caldeirada mais gostosa fica. Em tempos de crise, podemos colocar uma proporção maior de batatas, ou dispensar os peixes mais caros. Havendo disponibilidade, a caldeirada pode ser enriquecida com lulas, ameijoas, camarão e pedaços de lagosta. Em qualquer dos casos, uma sardinha fresquinha contribui sempre para dar mais gosto.

Colocar azeite no fundo do tacho, juntar uma camada de cebola em rodelas, o alho picado, o tomate partido em pedaços pequenos, e os pimentos em tiras finas. Continuar com uma camada batatas em rodelas que não sejam demasiado grossas e por fim uma camada de peixe com as ervas aromáticas. Se estiver a fazer uma caldeirada para bastantes pessoas, volta a colocar novas camadas dos vários ingredientes.

Vai a cozer em lume brando, sem mexer, mas agitando de vez em quando o recipente com a tampa colocada, de forma a que os diversos sabores se misturem bem. Está pronto quando as batatas estão cozidas sem deixar que o peixe fique excessivamente cozinhado. Leva-se logo para a mesa.

Com o resto da caldeirada (molho e peixe que sobrou) fiz uma sopa de peixe que um dia destes vos deixo a receita.



Espero que gostem!
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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Arrivederci Roma

A  última semana foi de verdadeiras férias de verão e uma verdadeira delícia. Passámos cinco dias na bela e eterna Roma, e já não nos apetecia voltar! Os dias estavam luminosos e as noites quentes, a história presente em cada praça, ao virar de cada esquina e no murmúrio de cada fonte. Alguém me disse uma vez que Itália era um milagre cósmico, pela sua história, pela sua capacidade de renascer e se recriar e, efectivamente, é isso que sempre tenho sentido nas várias cidades que tenho conhecido. Roma cumpriu e ultrapassou todas as minhas expectativas.

Se uma viagem a Roma pode ter, na maior parte das vezes, um intuito mais cultural, não podemos esquecer a comida que em Itália é sempre uma experiência memorável: dos risottos às pastas, das carnes, peixes e mariscos às pizzas, encanta-nos sempre a frescura dos ingredientes e a fusão dos sabores. Se me contive nas sobremesas (embora não tenha deixado de comer um tiramisú!), perdi a cabeça com os gelati!

Recordo com mais saudade as frutas compradas num quiosque de rua, frente aos Mercados de Trajano, após a visita  às ruínas dos Fóruns sob um sol abrasador. Os damascos, os pêssegos, a melancia e os figos frescos, acabados de lavar num balde, souberam-nos pela vida!



Destacou-se, ainda um Risotto alla Pescatora, comido num restaurante do Trastevere (o Gallassi) e uns Raviolis com um molho trufado servidos pelo Chianti, perto da Fontana de Trevi.


Partimos com pena e ficou-nos a vontade de voltar. Por isso não esquecemos de lançar as nossas moedas na Fontana de Trevi enquanto murmurávamos "Arrivederci Roma".

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Bolo de Manga

Fiel seguidor do Cravo e Canela, o meu pai lamenta frequentemente não poder provar os bolos que apresento. Por isso, uma das minhas prioridades quando cheguei a Portugal era fazer-lhe um bolo bem saboroso. Como ele gosta muito, de manga achei que fazer a minha fórmula habitual de bolo, substituindo o copo de leite por um copo de sumo de manga podia ser uma boa opção, e meti mãos à obra!

Utilizei polpa de manga de lata, mas poderão, certamente, utilizar manga fresca bem madura, triturando e coando depois a polpa. Para os menos gulosos, no caso de utilizar a polpa enlatada poderá ser boa ideia reduzir um pouco o açúcar, pois a polpa já vem açucarada.

A confecção do bolo foi ainda mais artesanal que o costume, pois como levei os pequenos electrodomésticos para o Brasil, tive de bater a massa com uma colher de pão. Bem feito, para não andar sempre a advogar o regresso ao básico. Desde que era garota e ajudava a minha avó a fazer bolos que não batia um bolo à mão!!!

Ingredientes:
4 ovos
2 copos de açúcar (mal cheios)
1 copo de óleo
1 copo de polpa de manga
2 copos de farinha com fermento

Bater os ovos com o açúcar até obter uma mistura esbranquiçada (com a batedeira é muito mais fácil!). Juntar o óleo e continuar a bater. Em seguida adicionar a polpa de manga , misturando bem e, por fim, acrescentar a farinha já sem bater. Colocar numa forma untada e polvilhada de farinha e levar ao forno. Desta vez cozi o bolo num tabuleiro e cortei em quadrados, mas pode ser feito numa forma redonda, com ou sem chaminé.



Fica um bolo bem amarelo e muito perfumado  a manga. O meu pai gostou....espero que também gostem!


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domingo, 3 de julho de 2011

Uma Horta a Sul do Equador (4)

Estou de volta a Portugal para  umas férias de cerca de um mês e, apesar da alegria de rever o meu país, a minha família e os amigos de quem tinha tantas saudades, também sinto a falta da minha casa, do jardim, dos pássaros, do meu querido Trigo e da horta.

Sinto a falta das minhas visitas diárias para ver como vão as plantas, o que já floriu, o que está a frutificar, o que cresce e o que não está tão bem. Sinto a falta de ir apanhar um limão ou um ramo de coentros quando preciso. Já se tornou de tal forma um hábito que me esqueci de comprar estas coisas, para mim, essenciais numa cozinha. Felizmente que nestes primeiros dias tenho comido em casa dos meus pais que escolheram todas as pequenas coisas que no Brasil só com difculdade arranjamos: da açorda de pescada ao borrego assado! E que bons que estavam. Obrigada mãezinha!

Ainda me custou mais deixar a horta porque agora tudo começara a dar frutos, os tomates já começam a
formar cachos, embora ainda verdes.



As vagens de feijão já começam a ser colhidas e já contribuiram para umas belas sopas. As ervilhas tortas já estão a ficaz capazes e as favas estão a florir... Espero ainda ter o que colher quando voltar!!!

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